“Considerando a conveniência de exprimir
claramente a doutrina da Igreja a respeito do Espírito Santo, das Missões e do
amor de Deus para com todos os homens, foram acrescentados os seguintes
capítulos”; assim são prefaciados os novos tópicos-capítulos inseridos e
debatidos desde os que semelhantemente passavam por omissões/eliminações e
julgamentos das suas intencionalidades e utilidades (Capítulo da Igreja e do
Estado, do Magistrado Civil e assuntos adjuntos das seções IV do Capítulo
XXIV); quando da volta da reunião da Assembléia para a formação da Igreja nos Estados
Unidos da América do Norte em 1788: do século de 1887 e os cem anos
posteriores, alcançaram o ano de 1888, já em Sínodo brasileiro, algumas destas
eliminações as mais recentes referidas e supracitadas. No exato ano de 1903 a própria igreja do
Norte dos Estados Unidos inseriu outras emendas em seções já existentes (nos
Capítulos XVI e XXV) quando da oportunidade foram acrescentados os dois
capítulos em questão: XXXIV - ESPÍRITO SANTO e XXXV - AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES.
Opinando
a respeito dos mesmos e me reportando aplicativamente a “História da Salvação”
e como em uma “Teologia Bíblica de Missões” descritas em toda Escritura, é
notável, por exemplo, o desconhecimento não apenas somente em muitos
“evangélicos”, senão também em muitos membros de nossas igrejas que já estão
estabelecidas, de assuntos extraídos de maneira mais ampla deles; desta
maneira, tais cristãos fazem como se Deus ainda devesse se ocupar previamente
de cada um deles; como se Ele não os estivesse santificado em seus
antepassados, no qual deve receber a qualificação: santificação histórica (e isso desde referências à Gn 17.7). Daí
que certamente também venham sensíveis a perguntas como: “Já tem sido batizado
com o Espírito? Já te tens decidido por Jesus?” Estas perguntas poderiam ser
feitas por um missionário a pessoas pagãs, porém, não encaixariam em, ou seriam
impróprias fazê-las a, por exemplo, filhos de pais e descendentes crentes em
Cristo: porque estas perguntas ignoram toda a obra que já fez o Espírito de
Deus; e que Ele, aos milhões de todos os países do mundo, já lhes separou, nos
milhares de seus antepassados, das garras do paganismo, lhes fez participantes
do Pacto divinal de Deus e os submergiu na Sua Palavra, e com aquele salvífico
conhecimento de Deus; ou, como o apóstolo expressa em sua carta aos Efésios: “...Cristo amou a igreja, e a si mesmo se
entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da
água, pela palavra” 5.25,26.
Dessa forma, este é nosso “batismo com o
Espírito Santo”; nosso ser submergido em Sua Palavra; pois a Palavra de Deus, ela “é” o
Espírito de Deus; melhor dizendo: Sua voz. De onde sai a Palavra, ali fala o
Espírito, como diz o apóstolo João: “...As
palavras que Eu (Jesus) os tenho falado, são Espírito e são vida”, Jo 6.63.
Outra citação volta-se para quando Jesus
Cristo, segundo Apocalipse 2 e 3, ditou a João sete cartas, todas elas
concluindo com estas palavras: “Aquele
que tem ouvido, ouça o que o Espírito diz as igrejas”. Em suma, o que Jesus lhes dizia, o dizia o Espírito.
Urge neste momento então a pertinente e
referente pergunta: Não temos sido submergidos todos nesse lavamento-de-água-pela-palavra? Ou se for preferível, não temos
sido submergidos nesse lavamento-do-Espírito?
(Pois batizar indica, afinal de contas, submergir como em um banho de regeneração
ou purificação). É possível e lógico que venha a nossa mente por um momento
todo esse ensinamento das Sagradas Escrituras, que o bom Espírito de Deus
deixou para que lhes fosse dado desde sua infância, por acaso não já tendo sido
batizados pelo Espírito?
Por isso é que também seja uma observação
impertinente e inadequada quando se afirma que nas igrejas se deveria falar
muito mais acerca do Espírito. Porque onde está a Palavra, ali está o Espírito.
Porém também isto é verdade: onde se amordaça a Palavra, ali se apaga o
Espírito. Não se deve agir como se o Espírito de Deus ainda não tivesse se
interessado muito por nossa parte no mundo em que vivemos. Este é um
desconhecimento censurável de toda a obra que Ele já fez na história de nossos
respectivos países e descendências.
Os cristãos que acham isso, também são
freqüentemente inimigos (infelizmente qualificados assim) do batismo infantil.
Isso poderá ser-lhes o suficiente para que neguem que Deus estabelece Seu Santo
Pacto com os crentes e com sua descendência;
e quando desejam ser guiados pelo individualismo que dissolve toda a humanidade
em um número incontável de homens e mulheres independentes uns dos outros,
porém os chamados “indivíduos” não existem; sinceramente, porque Deus não os
tem criado. Cada homem e mulher têm um pai e uma mãe, quatro avós e oito
bisavós..., e sobre essas gerações Deus colocou a igreja preciosa de Seu Pacto.
O Pacto do Espírito de Deus é um assunto-de-gerações, de toda uma série
de gerações, de antepassados, pais,
filhos e incluindo nossos filhos ainda por nascerem no ano de 2020. Nesse Seu
Pacto, Deus incluiu a muitos europeus, americanos, africanos, brasileiros,
etc., ao longo dos séculos.
Por conseguinte, o desconhecimento ou
desprezo deste mesmo Pacto é tão fatal também para nossa visão da situação do
mundo a ser alcançado; pois quando não vemos a amplitude e história do Pacto do
Santo Espírito de Deus, então, também estamos cegos para ver a tremenda
separação e divergência de opiniões do mesmo na cristandade moderna. As igrejas
“evangélicas”, por mais bem intencionadas que sejam às vezes chegam a causar
uma impressão bastante ingenuamente otimista, porque não mencionam esse
abandono massivo dele, e muito menos anunciam a ameaça da maldição do Pacto de
Deus Espírito sobre a cristandade apóstata.
Contiguamente no pensar de Benjamin B.
Warfield referindo-se a Calvino, via de modelo, disse que “a doutrina
sobre a obra do Espírito Santo é uma dádiva de João Calvino à Igreja de
Cristo... Nos amplos departamentos doutrinários sobre “A Graça Comum”,
“Regeneração”, e “O Testemunho do Espírito” do livro terceiro das Institutas, Calvino foi o primeiro a desenvolver a doutrina da obra do Espírito Santo,
e a dar a toda a doutrina do Espírito Santo uma formulação sistemática, fazendo
dela uma possessão inalienável da Igreja de Deus”. Era assim a sua opinião porque sabia bem que os
Puritanos não escreveram um capítulo exclusivo sobre a pessoa e obra do
Espírito, mas nove; a tentativa que
foi feita pela Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, para suprir esta suposta
e declarada “deficiência”, produziu um capítulo a mais na Confissão de Fé que,
acertadamente segundo Warfield, nada mais foi do que um curto sumário destes
nove capítulos primeiros segundo perspectiva pactualmente desenvolvida em todo
o ensino bíblico.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
A Confissão
de Fé de Westminster (com Nota Histórica de J.M.K.,
extraída da edição da EPPL: Rio de Janeiro, 1943), transposta para
meio digital pelo Presb. Eduardo Gonçalves Pinheiro - Igreja Presbiteriana de
Santo André, S.P. 1998. Do portal: http://www.textosdareforma.net.
Exerça seu Cristianismo: – Capturada em 26 de março de 2005.
A
Confissão de Fé Westminster. 17
ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. 237 p.
BÍBLIA SAGRADA, Versão
Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida. Sociedade Bíblica do
Brasil, 2 ed, São Paulo: SP, 1993.
DEURSEN, F. Van. El
Pacto de Dios - Su Excelencia y Su Desconocimiento. Wezep: Países Bajos,
Fundation Editorial de Literatura Reformada (FELIRE), 2a Ed, 2001, 20 p.
HODGE, Alexsander A. Confissão de Fé Westminster. 2 ed. São Paulo: Os Puritanos, 1999.
596 p.
http://www.monergismo.com
– Artigo: O
Teólogo do Espírito Santo: Um Estudo sobre o Ensino de Calvino sobre a Palavra
e o Espírito, por
Rev. Augustus Nicodemus Lopes. Capturado em: 4 de maio de 2009.
Ross Ivan G., Herança Presbiteriana: Comentário da
Confissão de Fé de Westminster. Halle, 1834-1860.
Calvino João, As Institutas, ou Tratado da Religião
Cristã, 4 vols., trad. Waldyr C. Luz. São Paulo: CEP e Luz para o Caminho,
1989.
LOPES, Augustus Nicodemus. Calvino: O Teólogo do Espírito Santo. São Paulo: SP. PES:
Publicações Evangélicas Selecionadas.
WARFIELD,
B. B. A Vida Religiosa dos Estudantes de
Teologia. São Paulo: Os Puritanos. 31 p.
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