segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

REUNIÃO PÚBLICA DOMINICAL - EM 21.12.2014. EXPOSIÇÃO INTEGRAL - 1TM 3.12-15: MODO BÍBLICO E QUALIDADES DO DIÁCONO CRISTÃO - PARTE FINAL E IGREJA: CASA DE DEUS PARA TODOS OS POVOS



Versículo 12: “O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa.”

           EM PRIMEIRO LUGAR: Neste versículo, Paulo volta a se ocupar dos diáconos (masculinos); pois as condições que agora cita, não correspondem as mulheres (diaconisas).

           EM SEGUNDO LUGAR: Os diáconos (masculinos), de igual maneira com os presbíteros (anciãos), não devem ser polígamos; e muito menos devem ter uma amiguinha, além da sua mulher, e igualmente devem governar de boas maneiras os seus filhos e a sua casa.

Versículo 13: “Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus.”

            EM PRIMEIRO LUGAR: E, se cumprem tão bem o seu diaconato – o qual se refere tanto aos diáconos masculinos quanto aos femininos –, se procuram um bom lugar diante da igreja, desta forma, sobem na consideração e chegam a crescer para poderem falar a respeito de tudo o que diz respeito a fé em Cristo.

            EM SEGUNDO LUGAR: Isto é uma verdade para ficar fixada: os ministros que não atuam como se deve, e os que não são fiéis no exercício do seu ofício, não crescem em consideração diante da igreja, mas não apenas isso; também tem cada vez menos direito para falar. Quando um ministro que não é fiel, e em situações concretas faz alguma sugestão ou admoesta alguem, em seguida se comenta: “Fala muito bem. Não vez como presume? Que primeiro se enchergue!”

            A infidelidade no serviço dos que ostentam ofícios, resulta numa montagem crítica da igreja e uma perda de confiança nos membros da mesma. O diálogo desaparece; não existe mais franqueza recíproca entre os membros e muito menos com o ministro, pois a sua infidelidade e frouxidão também frustram a ele mesmo fazendo-o perceber que está desencaixado, e quanto mais durar essa situação, tanto mais difícil será para que ele saia dela, e isso o atrasará cada vez mais, ele chegará a perder a sua confiança e ele será um prejuízo diante da Igreja. 


Versículo 14: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve;” Versículo 15: “para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.”

            EM PRIMEIRO LUGAR: Ate agora, Paulo escreveu sobre a maneira de como se deve ser fomentado o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do amor como Igreja. Tudo isso foi exposto de maneira muito detalhada, mesmo que ele estivesse esperando chegar em Éfeso, muito antes do que ele mesmo em princípio suspeitasse: no entanto, nunca se sabia o que poderia acontecer. Algo interviu e por esta razão, os seus planos foram retardados ou até mesmo ser tornaram inviáveis. Por esta razão foi que não se atreveu a expor – ele disse – e que estas coisas ficariam fora do papel. Disse mais: que se chegasse a se atrasar, Timóteo saberia como proceder por meio desta carta, como se deveria se conduzir na casa do SENHOR Deus, e como as coisas mesmas deveriam ser desenvolvidas.
        
             EM SEGUNDO LUGAR: Quem nos tempos de Paulo, ouvia falar na Ásia menor sobre a casa de Deus, a primeira coisa que pensava era em um templo: um edifício com formosas colunas e suntuosos pedestais para as esculturas dos deuses. Na Ásia menor existiam inumeráveis templos, e o mais famoso de todos se encontrava em Éfeso, na cidade aonde Timóteo mesmo trabalhava. O templo de Artemisia (Diana, como foi chamada em At 19). Este templo era considerado por muitos como a primeira das sete maravilhas do mundo, e contava com 127 colunas de 19 metros de altura. A famosa imagem da deusa que, segundo se dizia, tinha descido do céu, reluzia colocada em cima de um pedestal de mármore.
     
          Quando Paulo usou a expressão casa de Deus, imediatamente ele deixou claro que não se tratava de um edifício de mármore e pedra, mas de pessoas: a Igreja do Deus vivente (cf. 1Co 3.10 e ss.; 1Pe 2.4-5). Este Deus não vive [1] em templos feitos por mãos humanas (At 17.24). No entanto, Paulo conserva a terminologia da edificação de um templo, quando segue tipificando a igreja como pedestal e baluarte da verdade.
    
           EM TERCEIRO LUGAR: Em nossa linguagem, depois aplicamos a expressão casa de Deus ao edifício material da Igreja. Em certas igrejas se lê: “Respeite a casa de Deus!”. Segundo muitos, não se pode falar alto na igreja, inclusive e nem ainda quando não se está celebrando culto. E mais ainda, só se falta anda nas pontas dos pés ali. Uma igreja suscita em muitos um certo temor que os leva a pensar o seguinte: “Este edifício é a casa do SENHOR Deus; aqui você pode se aproximar mais dEle, do que em qualquer outra parte”.
     
            Isto é um pensamento que introduz o pensamento da doutrina católica romana, segunda a qual, Cristo se acha corporalmente presente na igreja em forma de uma hostia guardada no que é chamado de “sacrário”: mas é um pensamento que, de nenhuma maneira é apoiado pelo Novo Testamento. Deus não vive em templos ou igrejas[2] feitos por mãos de homens. Os cristãos do período do Novo Testamento não puderam cometer semelhante erro, pois não sabia o que era uma igreja como edifício material. Celebravam suas reuniões em uma salinha de um ou outro filósofo (At 19.9), ou juntos em uma casa (At 12.12), e ninguem podia acreditar que, em sua própria casa alguém pudesse andar nas pontas dos pés ou que falasse bem baixinho, por causa que o SENHOR Deus vivia ali. Não falavam disso, pois eles sabiam, que Deus não vive em um edifício, mas que a Igreja (= congregação ou comunidade) de Cristo, é a casa de Deus mesmo. Deus vive na Igreja: em uma congregação, em uma comunidade, em uma reunião de pessoas.   
    
           Além disso, isto é muito mais radical do que se Ele vivesse em um edifício; pois nesse caso, o respeito e o decoro não seria algo que só seria pedido durante um par de horas por semana, quando nos encontrásssemos no edifício da igreja, mas algo que deveríamos extender em toda a nossa vida, e que houvesse de governar toda a nossa vida. Se nós mesmos somos templos do SENHOR Deus, não podemos nos permitir passar um momento que seja sem sermos respeitosos e decorosos, e jamais poderíamos deixar de continuar sendo de maneira suficiente santos em apenas alguns metros quadrados de terreno, mas que antes pelo contrário, que agora nós mesmos devemos ser santos, dia a dia.
            Por outro lado, a palavra casa, não apenas significa o lugar aonde se vive ou se vivencia, mas é também a vida, a família, o governo da casa; e mesmo assim isso significa que essa realidade pode se encaixar aqui. Como um pai de família vive no centro de uma casa, assim o SENHOR Deus vive no meio da sua família e do governo da sua casa: isto implica comunhão, contato e proximidade. O SENHOR Deus está tão próximo que, por ser dito de alguma maneira, que podemos estar sentados com Ele na mesma habitação, inclusive na mesma mesa, e podemos falar com Ele.
   
           Tudo isto está contido no fato de que a Igreja (= Congregação) é a casa do SENHOR Deus mesmo: mas também é coluna e baluarte da verdade – disse Paulo.
        
            Coluna e baluarte: eis aqui duas palavras que podem trazer o pensamento errado de que a verdade descansa sobre a Igreja, e que sem esta a verdade não permaneceria de pé, pois uma casa sem fundamento, é afundada na areia (Mt 7.26-27); e uma ponte com cujos pilares são derrubados, caem.  
           
            A palavra que Paulo usa aqui, muito menos devemos traduzí-la por pilar, mas por coluna. Este é o significado corrente e normal, pois ninguém pode dizer com propriedade que um templo descansa sobre colunas: em resumo, pelo menos pode ser dito que a construção do descansa sobre as colunas, mas não o templo mesmo, pois as colunas mesmas pertencem ao templo: são a sua parte dele.
            Mas, existe mais. A tradução corrente destas palavras diz: a verdade descansa sobre ou na igreja, como um templo sobre alguns pilares. No entanto, desta forma podemos dizer que Paulo está dizendo algo impossível. Vejamos isso. Paulo usa para a Igreja tanto a imagem de um templo como a de um pilar. Se nós introduzimos esse significado dado pelo mesmo Paulo na explicação ou tradução temos então: a verdade descansa sobre a Igreja assim como a Igreja descansa sobre a Igreja, o qual isso precisa totalmente de sentido.
     
           Por tanto, Paulo muito menos quer de maneira alguma expressar o pensamento de que a Igreja tem uma função de direcionamento no que se refere a verdade; e nem quer dizer que a verdade poderia ser derrubada se a Igreja fosse derrubada. Isto parece ser deduzível da palavra baluarte, ou fundamento como outros traduzem. Esta palavra não é a normal para poder indicar fundamento, mas é a que Paulo usa em Ef 2.20, quando diz que a Igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas; e também em 1Co 3.10, ainda que aqui usa uma palavra muito diferente, cuja melhor tradução seria: repisamento, base, ou plataforma sobre a que se coloca a imagem de um deus, de maneira que este seja visível a todos, e isso traga melhores resultados.
   
            Pois uma base não tanto tem uma função basamental tanto quanto uma missão de publicidade. Sem base, a imagem de um deus é o que é e em nada muda: mas sobre uma base, ela fica mais destacada.
   
            Algo parecido acontece com as colunas de um templo. São, segundo pode ser dito de alguma maneira, o cartão de visita da divindade que ali se venera; determinam o aspecto do templo e com ele a imagem da divindade. Quanto mais bonitas, atrativas e grandes eram as colunas de um templo, tanto mais descia a imaginação das pessoas sobre a divindade ali venerada.
   
            Isto é agora a Igreja – diz Paulo: um cartão de visita em cima de uma plataforma da verdade, mas também, do Evangelho e de Cristo, pois: é a VERDADE.
   
        CONCLUSÃO: Isto se pode dizer não apenas sobre a Igreja em geral, mas também sobre cada crente em particular. O que achamos sobre isso, determina a imagem que se passa a se ter sobre a verdade. Se vivemos uma vida legalista, se pensamos que o Evangelho é um corselê indecente; se levamos um estilo de vida anticristão, será dito: o Evangelho tão pouco importa muito. Por isso é tão importante que se sigam as linhas de Paulo como Igreja de maneira que o amor chegue ao seu desenvolvimento, pois somente então seremos, como igreja, um cartão de visita de Cristo, e uma boa plataforma, base ou pedestal para a verdade. 

[1] A Casa de Cristo, cf. Hb 3.5-6
[2] O templo não pode conter ao SENHOR Deus, cf. 1Rs 8.27; Is 66.1-2; At 7.48 e 17.24-25.
 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

REUNIÃO PÚBLICA DOMINICAL - EM 14.12.2014. EXPOSIÇÃO INTEGRAL - 1TM 3.10-11: MODO BÍBLICO E QUALIDADES DO DIÁCONO CRISTÃO - PARTE 2



Versículo 10: “Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato.”

            EM PRIMEIRO LUGAR: Os candidatos a diáconos também devem ser submetidos a prova. O que vale ser dito com respeito aos anciãos (presbíteros), também deve ser aplicado aos diáconos. Alguém que acaba de ser convertido, não deve ser feito diácono imediatamente. Primeiramente, eles devem se desenvolver por um certo tempo dentro da realidade da Igreja, e se nesse tempo nada estranho for notado a respeito dele, podem ser feitos diáconos.


Versículo 11: “Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.”

            EM PRIMEIRO LUGAR: Segundo alguma versão deste versículo, se diz que Paulo aqui está falando sobre as mulheres dos diáconos; e, para isso, traduzem assim: “Assim mesmo (as suas) mulheres sejam...”. No entanto, vemos em seguida que as palavrinhas “as suas” tem sido colocada entre parentes. Isso significa, que não estão no texto original, e que os tradutores a interromperam, porque pensavam que Paulo agora estava se dispondo a falar das mulheres dos diáconos. No entanto, literalmente, ali não se diz mais do que: “Assim mesmo, as mulheres...”. Consequentemente, nem muito menos é claro que Paulo agora estava se referindo as mulheres dos diáconos: nem muito menos fez isso ao falar dos anciãos. Por que, pois, o faria ao falar dos diáconos? Em comparação com o Ofício de presbítero, o de diácono não dá nenhum motivo para isso. Além de tudo, Paulo não terminou de falar dos diáconos, pois ainda continua falando deles no vesículo 12. Por tnato, parece que o mais natural e claro, que Paulo, neste versículo 11, também fala de diáconos, mas neste caso de diáconos femininos, ou seja: de mulheres diáconos. Nos versículos 8 ao 10, ele falou dos homens diáconos, e citou os requisitos que eles devem cumprir para o dito Ofício. Agora, no versículo 11, veio a dizer: - “Das mulheres  (= diáconos femininos) vale manifestar outro tanto, a saber: que também elas devem ser honestas e infundir respeito”.

            EM SEGUNDO LUGAR: Quem apesar do exposto, estranhe que Paulo esteja falando aqui de diáconos femininos, deve recordar que, pelo Novo Testamento, conhecemos expressamente um diácono feminino, pois em Romanos 16.1, Paulo recomenda uma certa irmã Febe para a igreja de Roma; e, para uma maior informação, ela participava ali como igreja, e que esta irmã era diaconisa da igreja presente em Cencreia.

            EM TERCEIRO LUGAR: O que Paulo nomeia como requisito para os diáconos femininos, é paralelo ao que disse sobre os seus colegas masculinos: Devem ser honestos. Com respeito aos diáconos masculinos, ele usou exatamente a mesma palavra. Alem do mais, não devem ser caluniadoras: isto é o mesmo que se dizer: não dado a muito vinho (verso 8). E que devem ser fiéis em tudo, corresponde com a parte que Paulo cita no versículo 10, durante o qual deve ser evidenciado a fiabilidade.

            CONCLUSÃO: O fato de não se existir o "Ofício de Diaconisas", é por razão pura e simples de que jamais existiu ordenação para isso nas Sagradas Escrituras.