quarta-feira, 26 de novembro de 2014

REUNIÃO PÚBLICA DOMINICAL - EM 23.11.2014. EXPOSIÇÃO INTEGRAL - 1TM 3.3 e 4: MODO BÍBLICO E QUALIDADES DO PASTOREIO CRISTÃO - PARTE 2


“não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito”.

Versículo 3: “não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento;”

           EM PRIMEIRO LUGAR - Os anciãos não devem ser dados ao vinho. Na medida em que aumenta o uso do álcool no mundo, esta condição se faz cada vez mais atual. Assim, cada vez são mais os governantes que aparecem nos meios de comunicação por causa de condução sob a força do álcool... o qual é algo que não deve acontecer nos anciãos de uma igreja, e além do mais, em nenhum dos seus membros.           

            EM SEGUNDO LUGAR - Muito menos devem ser divergentes ou briguentos, para não aborrecerem-se depois, nem muito menos deverem ser capazes de humilhar alguém, nem serem “esquentados” ou “pavios curto”; antes pelo contrário, devem ser amigáveis e compreensivos, e serem capazes de deixar passar certas coisas, ao invés de se manterem fechados em sua opinião, quando não se tratam de assuntos principais. Nem sempre precisam querer impor o seu parecer, pois os que trabalham dessa forma, não estão capacitados para o oficio de ancião, e como tais, trariam dano para a igreja. Muito menos devem protestar imediatamente se alguma vez são tratados pouco amigavelmente.
            EM TERCEIRO LUGAR - Um ancião muito menos deve ser ganancioso nem avarento. Como alguém que ama o dinheiro poderá desenvolver e aperfeiçoar o amor a Deus? Quem poderá servir a dois senhores? Ninguém que ama o dinheiro pode ser um bom servo de Cristo.
             
Versículo 4:e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito

            EM PRIMEIRO LUGAR - Um ancião também deve saber conduzir de boas maneiras a sua casa e a sua família, pois como igreja somos a casa e a família do SENHOR Deus. Quem descuida da sua própria família, porque não a dirige e nem mostra interesse por ela; e nem muito menos isso deve ser encarado de maneira solta dentro da realidade como Igreja. Por outro lado, quem educa a sua família com mão dura e tirânica, por meio de ofensas e ameaças, não é a figura certa para o Ofício de ancião (presbítero).
            EM SEGUNDO LUGAR - O governo de um lar deve se desenvolver com modos e maneiras que nao sejam calculistas, sem enfados e nem desesperos. As pessoas que algumas vezes convivem no lar de um ancião (presbítero), devem experimentar que ali sempre reina um ambiente sempre bom e alegre: são aqueles filhos que passam por cima do que diz o pai deles, ou que também chegam a tremer diante dele como escravos.
CONCLUSAO - Ali cada um sabe o seu lugar: ali reina uma boa atitude de entendimento recíproco; ali vive o amor.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

REUNIÃO PÚBLICA DOMINICAL - EM 16.11.2014. EXPOSIÇÃO INTEGRAL - 1TM 3.1-2: MODO BÍBLICO E QUALIDADES DO PASTOREIO CRISTÃO - PARTE 1



“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;”


Versículo 1: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja”.

                EM PRIMEIRO LUGAR - Como igreja de Jesus Cristo tudo deve estar encaminhado para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do amor - escreve Paulo no começo desta carta. Esta é a linha mestra em que se deve desenvolver toda a atuação de Timóteo em Éfeso. Por isso que deveriam ser cortado o desenvolvimento dos falsos mestres (Capítulo 1); e como meio para alimentar o desenvolvimento do amor, Paulo cita a oração (Capítulo 2), e os anciãos e diáconos (Capítulo 3).

                EM SEGUNDO LUGAR - É bom que esta interrelação seja repetida novamente: os anciãos e os diáconos existam/estejam para estimularem e intensificarem o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do amor do SENHOR Deus e o amor entre os irmãos e irmãs; eles não existem para fazerem com que a igreja “dance ao som do seu entendimento”. Os ofícios na igreja muito menos são um posto de honra para que não se venha fazer nada. Toda a atividade e procedimento dos que possuem oficio na igreja devem estar encaminhados para que o amor esteja florescendo cada vez mais nela.

                Neste contexto, Paulo se dispõe a dizer algo sobre os anciãos e os diáconos. Mas, primeiro, cita um ditado que, entre os primeiros cristãos, havia se transformado numa frase corrente: “Se alguém deseja o episcopado, deseja uma tarefa bonita”. Certamente, - Paulo disse – é assim efetivamente: pode ser crido com toda tranqüilidade que esse é um trabalho estupendo (admirável, extraordinário, incrível). Trabalhar no desenvolvimento e aperfeiçoamento do amor na igreja é realmente algo bonito.

                 O oficio de supervisor (em grego, episcopè), esta palavra aparece apenas em At 1.20, e pode ser traduzida por “inspeção”: a palavra “ofício” não aparece no Novo Testamento; no entanto,  encontramos a palavra serviço (em grego, diaconia) para todo tipo de tarefas na igreja. Na versão Reina-Valera, revisão de 1960, é traduzida por ministério, cf. At 1.25; 2Tm 4.5; e por diaconado, cf 1Tm 3.10, 13.

                É verdadeiramente incompreensível que existam pessoas que tenham oportunidade de ser e, no entanto, digam: “Não me verão nisso; que encontrem outros”. Mas, atitude parecida pode proceder apenas de indiferença com respeito a igreja, e da falta de amor para com os irmãos.

                Quem vê dessa forma a tarefa de um ancião na igreja, ou seja, como se fosse um entretenimento enfadonho, ainda não compreendeu nada sobre a sua importância, nem ainda viu nada de formosura dessa tarefa. O que existe de mais bonito em ajudar aos irmãos e irmãs no engrandecimento do amor e na edificação de sua fé? Isto é realmente verdade – disse Paulo. Fazer desenvolver nas pessoas o seu amor para com Deus e em direção aos demais, lhes ajudarem a manterem a consciência pura e lhes fundamentar na fé, é algo magnífico.

                Versículo 2: “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;”
                 
                No entanto, para isso, deve ser a figura apropriada, - continua dizendo Paulo. Para se poder ser feito um bispo (= ancião), para poder ser levado em conta com vistas a estimularem o amor na igreja, esse alguém deve reunir  e satisfazer determinados requisitos.
                 
               EM PRIMEIRO LUGAR - Um bispo deve ser irrepreensível. Da palavra grega para ancião (= epíscopos) derivou-se a nossa palavra bispo. Um bispo, portanto, é um ancião. Na igreja católica romana, a palavra grega epíscopos adquiriu uma aplicação diferente da que Paulo tinha. Supervisor (em grego, epíscopos) e anciãos (em grego, presbíteros).

                 Para ele, os bispos são ministros da igreja local, e tal igreja não tem apenas um bispo, mas certo número deles.
                 
                 Um ancião é alguém que vigia, o qual não se inclui ideia nenhuma de domínio. Todo o Novo Testamento rejeita qualquer pensamento nesse sentido.
                 
                 EM SEGUNDO LUGAR - É interessante fazer notar que a palavra episcopado (em grego episcopè) que Paulo usa aqui relacionada com anciãos, é a mesma que Pedro, em At 1.20, utiliza em relação com os apóstolos. Os anciãos, portanto, são bispos-colegas dos apóstolos; dessa maneira, Pedro em sua primeira carta, no capítulo 5.1, ele pode chamar a si mesmo de co-ancião (ancião-colega) dos anciãos para quem escrevia, o qual deixava ver claramente, que não existe classe hierárquica nenhuma nos ofícios na igreja de Jesus Cristo.

                 Estes colegas de Pedro e Paulo deveriam ser irrepreensíveis. O que Paulo estava dando a entender com este ser irrepreensíveis, se destaca pelo o que segue:
                
                 EM TERCEIRO LUGAR - Deveriam ser marido de uma só mulher. Nos tempos de Paulo, a poligamia ainda existia entre os judeus; certamente que não era na mesma medida que nos tempos do Antigo Testamento, pois, como era natural, era uma trabalhosa tarefa o poder manter mais de uma mulher, e não eram tantos os que poderiam se permitir a isso. No entanto, acontecia, ainda que fossem apenas nos casos de se ter de se casar com a mulher do irmão falecido sem descendência.

                 APLICAÇÕES - Jesus Cristo em sua essência, tinha voltado a destacar o significado original do matrimônio, tal qual tinha sido instituído por Deus, e Paulo se apega a este ensinamento. Neste aspecto, um bispo (= ancião) deveria ser um exemplo de estilo de vida cristã; ele deveria ser marido de uma só mulher, e não polígamo; e, naturalmente, muito menos deveria ser alguém que, estando casado com uma mulher, tivesse – além de tudo – uma amiguinha.
                 
                 1ª - Não é condição indispensável que um bispo deva estar casado. Paulo, o seu bispo e colega, muito menos foram casados, no entanto, se um ancião estiver, deve ter uma só mulher. Trata-se de um estilo de vida cristão que é igualmente válido para todos os cristãos, e um ancião deve ser um exemplo nisto.

                  2ª - Ele também deve ser sóbrio: ou seja, capaz de ter seriedade, e não se deixar levar por todo tipo de idéias estranhas. Deve manter uma atitude serena para poder ver as coisas em toda a sua dimensão.
              
                  Do mesmo modo, precisa ser decoroso. Paulo não se refere a regras de urbanidade, mas a que deve possuir certo estilo e as maneiras de um homem espiritual. Ele não deve ser um homem grosseiro e descarado que, por sua falta de tato, espanta as pessoas e fica intrigado delas.
                  
                  Alem de tudo, deve ser hospitaleiro, para que quando as pessoas que estiverem de passagem ou outras chamem a sua porta, não sejam despedidas, mas atendidas com amor.

                   3ª - Finalmente, um ancião também deve ser apto para ensinar, para o qual o primeiro requisito é, que nele seja dado conhecimento e visão das Sagradas Escrituras, e logo, que possa ensinar esses conhecimentos de uma maneira capaz e suficiente.
                 
                   CONCLUSÃO - Porque os anciãos que não possuem essa visão comprida das Escrituras, ou que não são capazes de transmiti-la, pouco são aproveitáveis em uma igreja, pois se trata da compreensão na Palavra de Deus, já que o conhecimento teológico não é tão indispensável. Os anciãos devem responder, em todo tipo de situações, perguntas e problemas com que se vejam confrontados, desde as Sagradas Escrituras, e assim poderem clarear o que estas mesmas dizem a respeito.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

PROPRIEDADE DE CRISTO[1]



         Nas Escrituras são chamadas de igrejas de Cristo as várias congregações que Paulo fundou em diferentes lugares (1Co 1.2: "a Igreja de Deus"; Rm 16.16: "os saúdam todas as igrejas de Cristo"). São chamadas assim porque foram compradas com o sangue de Cristo para serem de sua completa propriedade, da mesma maneira que Israel foi o povo de Deus entre os outros povos.
         Porque assim como um escravo, comprado por um senhor malvado, passa a ser propriedade do seu dono, assim também acontece com as congregações de Cristo com todos os seus membros.
         A Escritura nos fala desta compra, pela qual Cristo alcançou os seus pelo alto preço de seu sangue, e repetidas vezes. "Porque tendes sido comprados por preço", escreveu Paulo aos Coríntios (1Co 6.20). E na Carta aos Romanos chama a atenção dos membros da congregação para que não julguem um ao outro, nem queiram governar uns aos outros (Rm 14). Nós só temos um Senhor e Mestre, Cristo, e somos propriedade sua.
         Assim como um bom empregador cuida bem de seus empregados lhes dando uma boa comida, bebida e roupas, e sendo ele mesmo um abrigo para eles, assim também é Cristo para nós, pois nos livra do poder de Satanás, e é protetor e guardião de Seu povo. Sabe do que precisamos. O seu cuidado vai até as coisas mais insignificantes! Até mesmo sabe quantos fios de cabelo temos! Quando os nossos inimigos querem nos fazer mal, pode fazer com que isso se transforme em bem. Ele dá a vida eterna e está na dificuldade e na aflição com os que o temem. Ninguém poderá tirar as ovelhas de sua mão (Jo 10.28). Também enviou o seu Espírito Santo para produzir fé em suas promessas e dar forças para aqueles que desejam lhe servir humilde e mansamente.
         Não existe nada que possa nos consolar mais do que isto: ser propriedade de um senhor tão bom como Jesus Cristo. Este é o nosso único e maior consolo tanto na vida como também na morte.

1.     Qual é o seu único fundamento, na vida e na morte?
O meu único fundamento é meu fiel Salvador Jesus Cristo (1).  A Ele pertenço, em corpo e alma, na vida e na morte (2), e não pertenço a mim mesmo (3). Com seu precioso sangue Ele pagou (4) por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio do diabo (5). Agora Ele me protege de tal maneira (6) que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo (7). Além disto, tudo coopera para o meu bem (8). Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me garante a vida eterna (9) e me torna disposto a viver para Ele, daqui em diante, de todo o coração (10).
(1) 1Co 3:23; Tt 2:14. (2) Rm 14:8; 1Ts 5:9,10. (3) 1Co 6:19,20. (4) 1Pe 1:18,19; 1Jo 1:7; 1Jo 2:2,12. (5) Jo 8:34-36; Hb 2:14,15; 1Jo 3:8. (6) Jo 6:39; Jo 10:27-30; 2Ts 3:3; 1Pe 1:5. (7) Mt 10:29,30; Lc 21:18. (8) Rm 8:28. (9) Rm 8:16; 2Co 1:22; 2Co 5:5; Ef 1:13,14. (10) Rm 8:14; 1Jo 3:3. 


[1] Fontes Básicas: La Confesión de La Iglesia (Felire, 1985), comentada por J. C. Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana. Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed, 1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO EDITORIAL DE LITERATURA REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).

AMIGOS DO SENHOR[1]



         Ainda que o nosso Senhor e Mestre seja o Filho de Deus, não devemos ficar espantados por causa da sua grandeza até o ponto de que venhamos buscar outros mediadores.
         Celebrando a Páscoa, Ele se humilhou e se colocou a lavar os pés dos seus discípulos. Logo após deu a sua vida na cruz por nós. Jesus disse: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer” (Jo 15.9; 13-15).
         Ele tem nos resgatado de nossa situação de escravos, nos dizendo agora todas as coisas por meio de sua Palavra, da mesma forma que um amigo faz com outro amigo.
         Um exemplo muito interessante é o da igreja romana aonde os pedidos de ajuda são feitos aos “santos” – porque nela Cristo é visto mais como um juiz irado – com o propósito de que façam o papel de intercessores entre Deus e o homem; mas Jesus disse que tudo que pedíssemos ao Pai em seu nome, Ele nos daria (Jo 14.13-14 e 15.16). E o apóstolo João escreve: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1Jo 2.1). Nosso Senhor Jesus Cristo é grandemente desprezado quando o homem o deixa de lado e se dedica em buscar ajuda em outros intercessores, que na verdade não são. Os apóstolos mesmo quando estavam na terra, não permitiram que recebessem adoração (At 10.26; 14.15). Além disso, existe alguém que nos ame mais do que Ele, e que tenha dado a sua vida por nós? E quem será que pode nos ouvir antes do que o próprio Filho amado de Deus? Ele é o Sumo Sacerdote que pode perfeitamente se compadecer de nós, pelo fato dEle mesmo saber o que é ser tentado (Hb 4.15).
         Contudo: não devemos pensar que nós somos grandemente insignificantes para podermos nos aproximar de Deus por meio de Cristo, porque sabemos que Ele conhecia as faltas e as misérias dos seus discípulos, tratando-os, em troca disso, de amigos.
Hb 4.14-16; Jo 14.13-14; Jo 15.16 e Lc 22.24-30.


[1] Fontes Básicas: La Confesión de La Iglesia (Felire, 1985), comentada por J. C. Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana. Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed, 1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO EDITORIAL DE LITERATURA REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).