“Ao que Jesus lhes respondeu: Qual dentre vós
será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não
fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma
ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem." (Mt 11.11-12). Jesus
desenhando para os fariseus que no Dia do Senhor é lícito fazer o bem. Como por
exemplo, participar de um manifestação legítima e pacífica pelo bem das pessoas
e do país” – Revdo. Augustus Nicodemus Lopes.
Que quer dizer principado? É um pequeno estado
independente, cujo soberano tem o título de príncipe. E potestade o que é? É a
autoridade constituída. Aquele que tem poder para exercer certas funções.
A Bíblia faz referência a dois tipos de
potestades, mesmo que aqui não irei estar começando tratando citada e
inicialmente a partir do Antigo Testamento, introduzo que existem claramente
duas: as do céu e as da terra. Vejamos as da terra, na carta do apóstolo Paulo
a Tito: “Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes
obedeçam e estejam preparados para toda a boa obra. Que a ninguém infamem, nem
sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os
homens” (Tt. 3.1-2). Na carta aos Romanos, Paulo entra mais fundo no assunto:
“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade
que não venha de Deus; e as potestades que há, foram ordenadas por Deus. Por
isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem
trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são um terror
para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade.
Faze o bem e terás o louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para o teu bem.
Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro
de Deus e vingador para castigar o que faz mal” (Rm. 13.1-4).
Agora os principados e potestades do céu:
“Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue,
mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das
trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais” (Ef. 6.11-12).
Os principados e potestades da terra têm
domínio sobre os homens, tanto os cristãos como os não cristãos; e Paulo
recomenda submissão total como se essas potestades fossem o próprio Deus (Rm.
13.1-4). Em relação aos principados e potestades do céu, (anjos com autoridade
e poder), Paulo ordena que coloquemos a armadura espiritual, e entremos em luta
mortal com esses principados e potestades. É interessante notar que todos os
homens deste mundo estão debaixo da autoridade dos anjos, isto é, principados e
potestades. O profeta Daniel faz referência a eles. Havia um príncipe angelical
sobre os persas (Dn. 10.13). Havia também um príncipe sobre o governo da Grécia
(Dn. 10.20). Os judeus estavam sob a autoridade do arcanjo Miguel (Dn. 10.21;
12.1).
Sendo submissos aos principados e potestades da
terra, os cristãos estão indiretamente submissos aos anjos (principados e
potestades), que estão no governo de tal nação e dirigem as autoridades
terrenas. Ora, os anjos estão a serviço do SENHOR. “Jeová tem estabelecido o
seu trono nos céus e o seu reino domina sobre tudo. Bendizei a Jeová, anjos
seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo a voz da sua
palavra” (Sl. 103.11-12). Nabucodonosor, que era um querido servo do SENHOR,
concluiu o seguinte, quando sarou da sua loucura: “Ao fim daqueles dias, eu,
Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu e tornou-me a vir o meu
entendimento e eu bendisse o altíssimo e louvei e glorifiquei ao que vive para
sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno e cujo reino é de geração a
geração. E todos os moradores da Terra são reputados em nada, e segundo a sua
vontade ele opera com o exército do céu e com os moradores da terra; não há
quem possa estorvar a sua mão e lhe diga: Que fazes?” (Dn. 4.34-35; Jr.
27.5-6). As autoridades celestiais, os principados e potestades, são
adversários da Igreja, ou melhor, dos cristãos (Ef. 6.11-12). O diabo é
adversário número um da Igreja e no Apocalipse lemos que o diabo e seus anjos
batalham contra o povo de Deus (Ap. 12.7-10). Não é difícil perceber que o diabo
ou Satanás faz parte dos principados e potestades que estão a serviço do
SENHOR, conforme o Sl. 103.11-12. O diabo é, com toda certeza, uma potestade ou
príncipe estabelecido pelo SENHOR para esmerilar a Igreja. O apostolo Paulo
disse: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem
os principados, nem as potestades, podem nos separar do amor de Deus, que está
em Cristo Jesus” (Rm. 8.38-39). E Jesus disse: “O príncipe deste mundo se
aproxima e nada tem em mim” (Jo. 14.30). Cristo despojou os principados e
potestades: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a
qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a
na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e
deles triunfou em si mesmo” (Cl. 2.14-15).
Como poderíamos imaginar duas hipóteses: a
primeira a de serem os anjos servidores do SENHOR, (sendo trabalhadores
contrários e infiéis diante da Igreja) e a segunda (se caso fosse possível) o
SENHOR ser contra a Igreja, o Seu próprio povo? Alguém poderia estar torcendo
para que exista uma contradição aqui entre estas duas hipóteses? Saibamos que o
SENHOR foi contra o Seu povo Israel como o Seu adversário. Aqui vão alguns
textos para via de exemplo: Is. 63.10; Lm. 2.1-5; 2.17.
Vejamos as potestades e principados terrenos
dentro de um passado não tão distante. Realidades históricas extra bíblicas
revelam que todos eram inimigos da Igreja. Nero imperador romano (em 64 d.C),
matou milhares de cristãos e entre eles Paulo e Pedro. Domiciano (96 d.C)
trucidou outros tantos milhares. Neste reinado João foi exilado para Patmos.
Trajano (98 a 117 d.C), continuou a matança, nas suas mãos morreu Simão, irmão
do Senhor Jesus, bispo de Jerusalém, e que foi também crucificado em 107 d.C.
Inácio, bispo de Antioquia, foi lançado às feras (110d.C). Os romanos exigiam
que a pessoa amaldiçoasse a Cristo. Se não o fizesse era esquartejado ou
lançado às feras. Foram dezenas de milhares de mártires. Marco Aurélio (161 a
180 d.C), cruel e bárbaro, usava a decapitação como meio mais rápido. Justino,
o mártir, morreu sob sua mão. Blandina, uma escrava de porte pequeno, foi
supliciada dias e só dizia: “sou cristã”. Sétimo Severo (193 a 211 d.C), os
mártires eram diariamente queimados, crucificados ou degolados. Décio (249 a
251 d.C), decidiu exterminar o cristianismo. Multidões pereceram no seu governo
debaixo de cruéis torturas. Valeriano, que sucedeu a Décio no trono, e o
superou em crueldade, também tentou extinguir o cristianismo (253 a 260 d.C).
Diocleciano, foi o último perseguidor e o mais severo. Foi tão feroz que lhe
deram o título de ‘besta apocalíptica’.
Se Deus, o Pai, foi quem estabeleceu os
principados e potestades, tanto no céu como na terra e estes principados agem
de acordo com a Sua vontade, então Deus, o SENHOR o Eterno Pai do SENHOR Jesus
Cristo é o Santo “perseguidor”, “matador” e “destruidor dos cristãos” (tudo
isso dentro de Sua vontade permissiva); mesmo que o apóstolo Paulo revele que o
SENHOR Deus mesmo, que é o Pai de nosso SENHOR Jesus Cristo queira salvar a
todos (1Tm. 2.3-4; 4.10). Tendo Pedro como confirmador desta realidade (2Pd.
3.9); e a a de que o apóstolo João afirme que Ele mesmo, o Pai, é todo feito de
amor (1Jo. 4.7-8).
Já que da mesma fonte não pode jorrar água doce
e água amargosa, somos obrigados a crer que o SENHOR é o Santo perseguidor da
Igreja, e que Satanás está ao Seu serviço; Poi o Pai só pode ser visto em
Cristo e através de Cristo, e por isso mesmo lemos sobre Ele que no Filho Eterno lemo-lo revelando o
Pai: “Se vós me conhecêsseis a mim também conheceríeis a meu Pai (Jo. 8:19).
“Quem me vê a mim, vê o Pai; como dizes: mostra-nos o Pai?” (Jo. 14.9). E o
apóstolo João disse: “Deus nunca foi visto por alguém, O Filho unigênito, que
está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1.18). Por isso Tomé disse:
“Senhor meu e Deus meu” (Jo. 20.28). E disse mais: “Este é o verdadeiro Deus e
a vida eterna” (1Jo. 5.20).
Seguindo esta clara lógica é sábio se concluir,
de fato, que é dever do povo orar pelos seus poderosos, honrar as suas pessoas,
pagar-lhes tributos e outros impostos, obedecer às suas ordens legais e
sujeitar-se à sua autoridade, e tudo isto por amor da consciência que é cativa
a Palavra, e esta, de maneira integral. E é bem certo que diante da
incredulidade ou da indiferença quanto a Religião de nosso Senhor Jesus Cristo
e a Sua Palavra, esta realidade não chega a ser anulada em nossa consciência,
qual seja: a justa e legal (porque ela se justifica e está legalizada no
próprio Deus e a sua autorização para que começassem a governar desde Saul (1Sm. 8.7 com 1Sm. 8.19-20 e com 1Sm. 10.18-19 com 1Sm. 10.22b com 1Sm. 10.24b)
autoridade do principado/potestade ou magistrado, nem sequer ao menos
absolvendo o povo da obediência que lhe deve, obediência de que não estão isentos
inclusive e até mais, os eclesiásticos. Nem muito menos o papado romano tem
algum poder ou jurisdição sobre os magistrados em nosso país dentro dos
domínios deles (dos principados/potestades ou magistrados) ou sobre qualquer um
do seu povo (do povo sob o governo temporário desses funcionários temporários,
ou seja os principados/potestades ou magistrados); e muito menos o sistema mais
poderoso estatalmente se citando (o catolicismo romano), muito menos tem o
poder de privá-los (os principados/potestades ou magistrados) dos seus domínios
ou vidas, por “julgá-los” hereges ou sob qualquer outro pretexto que seja.
Ficam as referências bíblicas fixantes para
averiguação reflexiva e aplicante: 1Tm. 2.1-3; 2Pe. 2.17; Mt. 22.21; Rm.
13.2-7, e 13.5; Tt. 3.1; 1Pe. 2.13-14, 16; Rm. 13.1; At.25.10-11; 2Tm. 2.24; e
1Pd. 5.3.
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