sexta-feira, 22 de abril de 2016

DIFERENÇA ENTRE JUSTIFICAÇÃO E SANTIFICAÇÃO




§ 1 Compreender a diferença entre Justificação e Santificação pode ser tão importante quanto entender a diferença entre salvação e condenação. Saber separar as duas coisas é de importância fundamental para o cristão. Quando você entende o que elas são, você pode finalmente dizer: “Isto é o que salva. Isto não é o que salva”. A Justificação é a obra de Deus na qual a retidão de Jesus é transferida para o pecador, e assim, o pecador é declarado por Deus como sendo íntegro diante da Sua Lei (Rm 4:3; 5:1,9; o Gl 2:16; 3:11). Esta retidão não é alcançada nem guardada por qualquer esforço dos salvos. A Justificação é um acontecimento instantâneo que tem como resultado a vida eterna. É completamente e somente baseada no sacrifício de Jesus na cruz (1Pe 2:24) e é recebida somente por fé (Ef 2:8-9). Nenhuma obra é necessária para se obter a Justificação. Caso contrário, ela não seria um presente (Rm 6:23). Então, nós somos justificados pela fé (Rm 5:1). 

§ 2 Por outro lado, a Santificação envolve o trabalho da pessoa salva. Mas, ainda assim, é Deus quem trabalha no cristão para produzir mais do Seu caráter e vida na pessoa que já está justificada (Fp 2:13). A Santificação não é instantânea, porque não é só trabalho de Deus. A pessoa justificada é ativamente envolvida no processo, submetendo-se a Deus, resistindo ao pecado, buscando santidade e trabalhando para ser mais santo (Gl 5:22-23). Significativamente, a Santificação não tem nenhum efeito na justificação. Ou seja, até mesmo se nós não vivemos uma vida perfeita, nós ainda estamos justificados.

§ 3 Onde a Justificação é uma declaração legal que é instantânea, a Santificação é um processo. Enquanto a Justificação vem de fora de nós, de Deus, a Santificação vem de Deus para dentro de nós, pelo trabalho do Espírito Santo, pelo o que a Bíblia diz. Em outras palavras: nós contribuímos para a Santificação com nossos esforços. Em contrapartida, nós não contribuímos para nossa Justificação por nossos esforços.

Isto significa que os justificados pela graça podem pecar tanto quanto quiserem?

§ 4 Em Romanos 6:1-2 lemos: Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?

           1Ts. 4:7 diz: porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. As Escrituras ensinam que nós devemos viver vidas santas e evitar o pecado (Cl 1:5-11). Só porque nós somos salvos e eternamente justificados diante de Deus (Jo 10:28), isso não é nenhuma desculpa para continuar no pecado do qual nós fomos salvos. Claro que, todos nós pecamos (1 Jo 1:8). Mas a guerra entre os salvos e o pecado é contínua (Rm 7:14-20) e não será antes do retorno de Jesus que nós seremos libertados deste corpo de morte (Rm 7:24). Buscar o pecado continuamente e usar a graça de Deus para desculpar-se é o mesmo que pisotear o sangue de Cristo sob os pés (Hb 10:29) e revela a verdadeira natureza de pecado da pessoa, uma natureza de uma pessoa não-salva. (1 Jo 2:4; 2:19). (Outros versos que confirmam isso são: Hb 12:14; 1 Pe 1:14-16; e 1 Pe 2:21-22.)

O que as seitas[1] fazem com justificação e santificação?
 
§ 5 As seitas “cobrem” os significados das duas condições constantemente e desviam as verdades ensinadas na Palavra de Deus. O resultado é uma “teologia de retidão de obras”, de “salvação como recompensa”, que na verdade só conduz à condenação. Isto porque pelas obras da Lei nenhuma carne será justificada (Gl 2:16). O homem não pode contribuir para sua salvação (Gl 5:1-8). Porque o homem é pecador e mesmo suas melhores ações estão manchadas e imundas diante de Deus (Is 64:6). Então, para uma pessoa se corrigir diante de Deus, o trabalho só pode ser do próprio Deus (Gl 2:20). 

§ 6 Tipicamente, nas “teologias das seitas”, uma pessoa não é justificada (declarada íntegra aos olhos de Deus) até o dia final de julgamento, quando os trabalhos dela serão pesados e será verificado se ela foi achada merecedora de um lugar com Deus. Assim, uma pessoa com esta teologia ou ideia errada não pode dizer para si mesma o versículo 13 de 1 Jo 5 que diz: “Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus”. 

§ 7 No primeiro contexto do texto de 1Jo 5:13 acima, as palavras “Estas coisas” estão falando de se amar a Deus e ser obediente a Ele, crer em Cristo, e na vida eterna em Jesus. Então, 1 Jo 5:13 pode ser considerado um teste. Se você está crendo e está fazendo as coisas certas, então você saberá se você tem a vida eterna. Um membro de uma seita pode saber que ele tem a vida eterna? Não. Ele não pode. Mas um Cristão pode. 

§ 8 As pessoas que estão em seitas não entendem a diferença entre Justificação e Santificação. Por isso elas têm que depender de um esforço cooperativo com Deus para ter seus pecados perdoados, o que é, essencialmente, combinar os trabalhos imundos de homem (Is 64:6) com o trabalho santo de Deus. Mas as obras de Deus e as do homem não se misturam. Consequentemente, a salvação é por Graça e por Fé, somente. Acreditar em qualquer outra coisa é perder a salvação.


Marcos Ramos.


[1] Sendo vindo da expressão latina que quer dizer ‘escola’ ou ‘facção’, seita é entendida como sendo o subgrupo de um grupo maior, geralmente religioso, identificado por liderança, ensino e práticas próprias. Geralmente elas são grupos que se apartam de um grupo maior ou mantêm uma identidade própria, mesmo estando dentro de um grupo maior. Podem também ser simplesmente grupos religiosos não-organizados. Em mais um sentido, diz-se ser à crença que esse ou aquele grupo é a verdadeira igreja, com a exclusão de todos os outros grupos, entendidos como sendo falsas igrejas. GRENZ, Stanley J.; GURETZK David; NORDLING Cherith Fee. Dicionário de Teologia: Edição de Bolso, Mais de 300 Conceitos Teológicos Definidos de Forma Clara e Concisa, Vida, p. 122.

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