(Gabriel Perisse*)
Mário Quintana disse certa vez: “Os analfabetos de hoje são os que aprenderam a ler e não lêem”. E são mesmo.
Muitas pessoas afirmam que nada lêem, ou que lêem de vez
Neste sentido, a redação do vestibular e os textos, documentos e cartas sociais e de trabalho têm sido um bom termômetro cultural. São muitos, são milhares os que ficam perplexos na hora de redigir sobre um tema, mesmo acessível. Não sabem por onde começar e como concluir. Escrevem frases jogadas, sem nexo, perdidas. Sua linguagem tropeça e cai.
Subdesenvolvimento mental – Assim, quem não lê encontra-se em nível de subdesenvolvimento mental. O remédio, contudo, existe e é muito simples: Ler com sentido crítico, isto é, sabendo o quê e por quê.
É lendo que conquistamos o domínio da língua, depósito vivo do pensamento, da criatividade, da eloqüência. É lendo que conseguimos compreender a opinião dos outros, aprendemos a raciocinar por conta própria, a julgar com maturidade, sem dogmatismos, a desenvolver argumentos para defender ou criticar acontecimentos e condutas.
No âmbito da literatura, por exemplo, é uma boa receita procurar romancistas e poetas que eduquem a nossa sensibilidade, autores que sempre tenham algo mais a nos dizer. Para quem gosta de conhecer detalhes da história, existem biografias que, reproduzindo testemunhos vivos, são os documentos mais confiáveis. No âmbito do conhecimento geral, clássicos e modernos que nos permitam compreender os problemas cruciais da humanidade.
Não é muito importante estar a par da lista dos mais vendidos, divulgada pela imprensa. Fundamental é sabermos escolher os nossos livros, aqueles clássicos, pessoais de que falava Ítalo Calvino. Escolha nascida do amor e não da obrigação ou do respeito distante. É destes autores que aprenderemos os verdadeiros valores – os valores humanizantes.
*GABRIEL PERISSE é professor de Literatura e de
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