quarta-feira, 9 de julho de 2008

“No dia da morte de Jesus, morreram quatro pessoas notáveis, de que faz menção o evangelho. Morreu Cristo, morreram os dois ladrões e morreu Judas. Ora notai a diferença dos princípios e fins de todos. Cristo começou bem, acabou bem; o mau ladrão começou mal e acabou mal; o bom ladrão começou mal e acabou bem; Judas começou bem e acabou mal. Tais são as contingências das cousas do mundo, e a pouca proporção que guardam os fins com os princípios. Muitas vezes bons princípios seguem-se bons fins, como em Cristo, e a maus princípios maus fins, como no mau ladrão; e outras vezes pelo contrário a maus princípios seguem-se bons fins como no bom ladrão, e a bons princípios seguem-se maus fins, como em Judas. Por isso quem quiser julgar bem, há de aguardar pelos fins.”Padre Antônio Vieira – Lelo e Irmãos editores, Tomo 1, página 244.

“Não haverá missas, nem altares, nem sacerdotes, que as digam: morrerão os católicos sem confissão, nem sacramentos: pregar-se-ão heresias nestes mesmos púlpitos, e em lugar de S. Jerônimo, e Santo Agostinho, ouvir-se-ão e alegrar-se-ão neles os infames nomes de Calvino e Lutero, beberão a falsa doutrina os inocentes que ficarem, relíquias do Portugueses: e chegaremos a estado, que se perguntarem aos filhos e netos dos que aqui estão: Menino, de que seita sois? Um responderá, eu sou calvinista; outro, eu sou luterano. Pois, isto se há de sofrer, Deus meu?”

Padre Antônio Vieira, preocupado com o avanço holandês e a aparente apatia portuguesa para com o Brasil, pregou um sermão bombástico em 1640. Deu-lhe um título não menos agressivo: Sermão Pelo Bom Sucesso Das Armas De Portugal contra as da Holanda.Ele já temia em priscas eras que o “pérfido calvinista” se multiplicasse na colônia de sua majestade. O sermão de Vieira, na verdade é uma oração a Deus. Temendo que os holandeses calvinistas se identifiquem com o povo mais que os católicos, rezou assim: “Que dirá o tapuia bárbaro sem conhecimento de Deus? Que dirá o índio inconstante, a quem falta a pia afeição de nossa fé? Que dirá o etíope boçal, que apenas foi molhado com a água do batismo sem mais doutrina? Não há dúvida, que todos estes, como não têm capacidade para sondar o profundo de vossos juízos, beberão o erro pelos olhos. Dirão, pelos efeitos que vêem, que a nossa fé é falsa, e a dos Holandeses a verdadeira, e crerão que são mais cristãos sendo como eles. A seita do herege torpe e brutal, concorda mais com a brutalidade do bárbaro: a largueza e soltura da vida, que foi a origem e o fomento da heresia, casa-se mais com os costumes depravados e corrupção do gentilismo...”

“Em todo o lugar entre os conservadores encontramos pessoas que foram ensinadas pela Bíblia, mas não pelo Espírito. Elas consideram que a verdade é algo que pode ser compreendido com a mente. Se alguém se agarra aos princípios básicos da fé cristã, é considerado como possuidor da Verdade divina. Mas isto não é assim. Não pode haver verdade sem o Espírito de Deus” - A.W. Tozer.“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Tessalonicenses 2:13,14).

“Depois da leitura da Escritura, a qual ensino, inculcando tenazmente, mais do que qualquer uma outra… Eu recomendo que os Comentários de Calvino sejam lidos... Pois afirmo que, na interpretação das Escrituras, Calvino é incomparável, e que seus Comentários são para se dar maior valor do que qualquer outra coisa que nos é legada nos escritos dos Pais — tanto que admito ter ele um certo espírito de profecia, em que se distingue acima dos outros, acima da maioria, de fato, acima de todos” - Jacobus Arminius (1560-1609).

Sem dúvida alguma, este Reformador está entre os maiores teólogos de toda a história do Cristianismo, um verdadeiro presente de Deus para a sua Igreja.

Soli Deo Glória.

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