Versículo 8: “Semelhantemente,
quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não
inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância”, Versículo 9: “conservando o mistério da fé com a consciência limpa”.
O
que foi dito anteriormente a respeito dos presbíteros, também vale para as
condições que Paulo refere para os diáconos.
Um
diácono é alguém que serve, um
servidor.
Com
essa palavra se expressa algo muito marcante. No Novo Testamento ela é usada de
uma maneira muito ampla. Cristo chama a si mesmo de diácono (Lc 22.27). Paulo disse que Deus o colocou no ministério ( = diaconia), no ofício de
diácono (1Tm 1.12).
No mesmo contexto em que Paulo
indica a função do apostolado como episcopè (Ofício de Presbítero que é um
supervisor), ali mesmo se usa também a palavra diaconia ( = Ofício de Diácono)
para poder expressá-lo (At 1.17 e 25) aos sete varões de At 6 (entre
outros, Estevão e Felipe) em nenhuma parte eles são chamados de diáconos, mas,
contrariamente, os apóstolos no versículo 4, dizem, que eles estariam se detendo no serviço
( = diaconia) da Palavra, ou dito com outras palavras: no Novo Testamento não encontramos
nenhuma limitação clara para a tarefa dos diáconos.
Da
maneira como Paulo fala nestes versículos sobre os diáconos, pode ser concluído
que aqui se trata de um Ofício[1] a
parte, junto ao dos Presbíteros. No entanto, em nenhum lugar conseguimos uma
descrição da tarefa desde Ofício, e, consequentemente, sobre como ele é
ocupado: andamos as escuras.
No
entanto, isto não é tão grave, pois nos dá, sobre o Ofício de diácono, uma
liberdade maior de ação. Em qualquer caso, o que existe de central em sua
tarefa é servir, ou seja: ser para os
demais. No entanto, muito menos isto não é algo especial, mas, pela mesma
razão, cabe ser dito outro tanto a respeito dos presbíteros.
Os
irmãos que se candidatam para o Ofício de Diácono, devem também reunir determinados
requisitos; dessa forma, devem ser honestos,
o qual isso não significa que devem parecer solenes, mas que devem ser movidos
pelo respeito.
Não
devem falar com duas línguas (dar dois significados ao que dizem): ou seja, não
devem falar de uma maneira com uns, e de outra com outros; e nem falaram
amigavelmente com um, ao que depois, nas suas costas, o venha criticar. Além de
tudo isso, deverão se ater ao que dizem; e deverão chegar a poderem se contar
com eles e serem dignos de confiança.
Os
diáconos muito menos devem ser pessoas que aguentem um copo de vinho atrás do
outro; nem deverão “ver dinheiro” em todas as partes, e nem devem querer tirar
proveito financeiro próprío deste Ofício, pois, as pessoas que sempre pensam:
“O que vamos ganhar nisto ou naquilo?”; não poderão ser generosas e nem servir
com autenticidade, e isto é exatamente do que se trata o ser um diácono. Além
disso, elas devem ser pessoas capazes de
guardar o mistério da fé com consciênia limpa. Com as palavras mistério da fé, Paulo não se refere a
algo misterioso que apenas é conhecido pelos iniciados. Quando Paulo fala do
mistério da fé ou da piedade, ele se refere ao Evangelho da graça do SENHOR
Deus que, em tempos anteriores ainda estava oculto, encuberto (daí:
mistério[2]); mas, que foi revelado em Cristo. Este mistério manifestado, que
salva a todo aquele que crer em Cristo, é o que os diáconos devem guardar, e
apenas poderão fazer isso se mantiverem limpa a sua consciência. É o que pode
ser visto em 1Tm 1.19, pois, quem endurece a sua consciência, vê a sua fé
morrer, e não pode guardar o mistério da fé.
_________________________________________________
[1] O “Ofício” de Diácono, cf. Fp
1.1; (At 6.2-4)
Fp 1.1 - Paulo e
Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive
bispos e diáconos que vivem em Filipos,
At 6.2-4 - 2
Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é
razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. 3 Mas,
irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e
de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço;
4 e, quanto a nós, nos consagraremos à oração
e ao ministério da palavra.
[2] O mistério do Novo Pacto, cf.
1Co 2.2-9; Cl 2.2-3.
1Co 2.2-9 - 2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado.
3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que
eu estive entre vós.
4 A minha palavra e a minha pregação não
consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do
Espírito e de poder,
5 para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria humana, e sim no poder de Deus.
6 Entretanto, expomos sabedoria entre os
experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta
época, que se reduzem a nada;
7 mas falamos a sabedoria de Deus em mistério,
outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória;
8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos
deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam
crucificado o Senhor da glória;
9 mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem
ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado
para aqueles que o amam.
Cl 2.2-3 - 2 para que o coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor,
e eles tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para
compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo,
3 em quem todos os tesouros da sabedoria e do
conhecimento estão ocultos.
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