quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A MALDIÇÃO SOBRE O PECADO[1]

Já no Paraíso se pode ver como o Senhor se irrita por causa do pecado: quando Adão e Eva, tendo desobedecido ao mandamento de Deus, comeram do fruto da árvore, colocando sobre si mesmos e sobre a sua descendência a maldição do pecado. Toda nossa miséria tem a sua origem aqui. Pelo pecado veio a morte ao mundo passando para todos os homens, por isso todos pecaram (Rm 5.12).
         Mas a maldição aumenta quando o povo de Deus desobedece ao seu Senhor e ao seu pacto. Moisés teve que dizer ao povo de Israel: “Maldito o que não confirmar as palavras desta lei para cumpri-las” (Dt 27.26; Gl 3.10). Logo mais vemos em Deuteronômio uma explicação mais detalhada da maldição do pacto: “E será que, assim como o Senhor se deleitava em vós, para fazer-vos o bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e sereis desarraigados da terra na qual estais entrando para a possuirdes” (Dt 28.63).
         Isto se cumpriu principalmente no ano 70, quando o Senhor fez com que a cidade e o templo fossem destruídos, depois que o povo judeu rejeitou ao Senhor Jesus Cristo e o seu ensinamento.
         O povo de Deus teme em lhe ofender, porque o pecado irrita ao Senhor. Depois de Davi ter caído gravemente no pecado, ele exclamou: “Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito” (Sl 51.11). Temeu então ao Senhor, e quis obter a compaixão e renovação para a sua vida. O povo de Deus se livra da ira divina por meio do Senhor Jesus Cristo que tem libertado os seus da maldição da Lei.
         Mas os ímpios não escaparam da fúria de Deus, até que se arrependam, e serão castigados com a pena eterna do inferno. Principalmente aqueles que conheceram o caminho e não tem caminhado nele, serão castigados com maior gravidade (Mt 11.22; Lc 12.47). Deus é misericordioso para perdoar os que lhe pedem perdão, mas também é justo. O povo de Deus sabe que o pecado contra a mais elevada Majestade merecerá ser castigado com o castigo eterno.

10. Deus deixa sem castigo esta desobediência e rebeldia?
R. Não, não deixa, porque Ele se ira terrivelmente tanto contra os pecados em que nascemos como contra os que cometemos, e quer castigá-los por justo julgamento, agora, nesta vida, e na futura (1). Ele mesmo declarou: "Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las" (Gálatas 3:10) (2). 
(1) Gn 2:17; Êx 20:5; Êx 34:7; Sl 5:5; Na 1:2; Rm 1:18; Rm 5:12; Ef 5:6; Hb 9:27. (2) Dt 27:26.

11. Mas Deus não é também misericordioso?
R. Deus na verdade é misericordioso(1), mas também e justo (2). Por isso, sua justiça exige que o pecado, cometido contra a suprema majestade de Deus, seja castigado também com a pena máxima, quer dizer, com o castigo eterno em corpo e alma (3). 
(1) Êx 20:6; Êx 34:6,7. (2) Êx 20:5; Êx 23:7; Êx 34:7; Sl 7:9. (3) Na 1:2,3; 2Ts 1:9.


[1] Fontes Básicas: La Confesión de La Iglesia (Felire, 1985), comentada por J. C. Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana. Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed, 1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO EDITORIAL DE LITERATURA REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).

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