quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O MEDIADOR[1]



Os juízes que castigam pessoas inocentes e perdoam as culpadas, são detestáveis diante de Deus (Pv 17.15). Deus nunca considera inocentes os pecadores, nem faz “vista grossa” diante do pecado, mas exige que a Sua vontade seja cumprida inteiramente.
Como nós podemos cumprir esta obrigação, se temos ganhado a morte por causa dos nossos pecados? A Bíblia diz que por nós mesmos não temos como poder reparar a culpa eterna que é o nosso justo castigo, e ensina ainda que o Senhor é justo em tudo o que faz, mesmo ainda quando envia para a humanidade doenças, guerras, e todo tipo de calamidades/catástrofes. Seria totalmente desesperador para a raça humana se Deus não tivesse ido buscar o homem depois que esse saiu de sua presença no Éden. Mas Deus consolou a Adão e a Eva, e, ameaçou a serpente, lhe dizendo que da semente da mulher sairia um que esmagaria a sua cabeça. Este é o mediador. Deus mesmo procurou reparar a culpa, porque uma dívida desse tipo não poderia ser paga com ouro ou com prata, mas com o “sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem contaminação” (1Pe 1.18-19). O cordeiro que os israelitas ofereciam na Páscoa tinha que estar sem nenhuma mancha e também não devia ter nenhum defeito; isso era feito com os olhos colocados em Cristo, o verdadeiro Cordeiro que tira o pecado do mundo (Ex 12.5 comparado com Lv 22.21). Quando Cristo veio, nos dias do imperador Tibério, se fez semelhante a nós em tudo, mas sem pecado: um homem verdadeiro e justo e ao mesmo tempo verdadeiro Deus. Era de uma tal maneira homem que, igualmente a nós, se cansou e também sentiu temor, especialmente da ira de Deus. Sofreu no madeiro da cruz e morreu nela. É ao mesmo tempo o Filho de Deus, que sofreu por nós o castigo eterno. Jesus de Nazaré pagou a culpa, como homem, por nós os homens, pelo mandamento perfeito exigido por Deus (Is 53.5). 

12. Então, conforme o justo julgamento de Deus merecemos castigo, nesta vida e na futura. Como podemos escapar deste castigo e, de novo, ser aceitos por Deus em graça?
R. Deus quer que sua justiça seja cumprida (1). Por isso, nós mesmos devemos satisfazer essa justiça, ou um outro por nós (2). 
(1) Gn 2:17; Êx 20:5; Êx 23:7; Ez 18:4; Hb 10:30. (2) Mt 5:26; Rm 8:3,4.

13. Nós mesmos podemos satisfazer essa justiça?
R. De maneira alguma. Pelo contrário, aumentamos, a cada dia, a nossa dívida com Deus (1). 
(1) Jó 4:18,19; Jó 9:2,3; Jó 15:16; Sl 130:3; Mt 6:12; Mt 16:26; Mt 18:25.

14. Será que uma criatura, sendo apenas criatura, pode pagar por nós?
R. Não, não pode. Primeiro: porque Deus não quer castigar uma outra criatura pela dívida do homem (1). 
Segundo: porque tal criatura não poderia suportar o peso da ira eterna de Deus contra o pecado e dela livrar outros (2).
(1) Gn 3:17; Ez 18:4. (2) Sl 130:3; Na 1:6.

15. Que tipo de Mediador e Salvador, então, devemos buscar?
R. O Mediador deve ser verdadeiro(1) homem e homem justo (2) , contudo, mais poderoso que todas as criaturas; portanto, alguém que é, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus (3). 
(1) 1Co 15:21. (2) Hb 7:26. (3) Is 7:14; Is 9:6; Jr 23:6; Lc 11:22; Rm 8:3,4.


[1] Fontes Básicas: La Confesión de La Iglesia (Felire, 1985), comentada por J. C. Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana. Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed, 1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO EDITORIAL DE LITERATURA REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).


Nenhum comentário: