quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O CORDEIRO DE DEUS[1]



Quando João Batista pregava no Jordão, estava também entre a multidão um “jovem carpinteiro”. Ninguém o conhecia. João disse: “No meio de vós está um a que vós não conheceis (...) do qual eu não sou digno de desatar as suas sandálias” (Jo 1.26). O seu nome era Jesus. O nome Josué e Jesus, que significam a mesma coisa (Salvador), era um nome muito comum em Israel. No dia seguinte João o viu vindo até ele outra vez, e disse: “Eis aqui o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Pouco tempo antes tinha batizado Jesus. Durante o seu batismo o Espírito Santo desceu do céu em forma de uma pomba, e uma voz foi ouvida dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).
         Foi o mesmo que uma vez visitou Abraão como um homem, acompanhado de dois anjos. Então comeu com Abraão, e depois partiu (Gn 18); mas nesta ocasião viveu entre o seu povo como um homem de verdade, tão normal que não se destacava dentro da multidão. E, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus. Dizia sobre si mesmo: “Antes que Abraão fosse eu sou” (Jo 8.58).
         O Senhor comeu na mesa de Abraão uma só vez, mas os discípulos comeram e beberam durante anos com o Filho de Deus, que ensinava a multidão, lhes mostrava o seu divino poder nos sinais e milagres que fazia para que conhecessem a Deus, e lhes falava dizendo: “Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jesus Cristo é Deus e homem em uma só pessoa. Por isso a sua natureza divina o fortaleceu para que suportasse como homem a ira de Deus contra o pecado, e vencer a morte pela cruz. Como homem parecia fraco; mas quando manifestava a sua majestade divina nos sinais e nos milagres, então os discípulos o adoravam como o próprio Deus. A Escritura ensina que Deus e homem estão juntos nEle em uma só pessoa (Jo 1.1; Gl 4.4; 1Jo 4.3; Jo 1.14). Cristo é Deus e homem em uma só pessoa...
         Sem existir mistura, sem alterações, não podendo ser dividido nem muito menos separado.

16. Por que o Mediador deve ser verdadeiro homem e homem justo?
R. Deve ser verdadeiro homem, porque a justiça de Deus exige que o homem pague o pecado do homem (1). Deve ser homem justo, porque alguém que tem seus próprios pecados, não pode pagar por outros (2). 
(1) Is 53:3-5; Jr 33:15; Ez 18:4,20; Rm 5:12-15; 1Co 15:21; Hb 2:14-16. (2) Sl 49:7; Hb 7:26,27; 1Pe 3:18.

17. Por que o Mediador deve ser, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus?
R. Porque, somente sendo verdadeiro Deus(1), Ele pode suportar (2) , como homem, o peso da ira (3) de Deus, e conquistar e restituir, para nós, a justiça e a vida (4). 
(1) Is 9:6; Rm 1:4; Hb 1:3. (2) Is 53:4,11. (3) Dt 4:24; Sl 130:3; Na 1:6. (4) Is 53:5,11; Is 54:8; Jo 3:16; At 20:28; 1Pe 3:18.


[1] Fontes Básicas: La Confesión de La Iglesia (Felire, 1985), comentada por J. C. Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana. Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed, 1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO EDITORIAL DE LITERATURA REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).

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