Quando João Batista pregava no Jordão, estava também entre
a multidão um “jovem carpinteiro”. Ninguém o conhecia. João disse: “No meio de
vós está um a que vós não conheceis (...) do qual eu não sou digno de desatar
as suas sandálias” (Jo 1.26). O seu nome era Jesus. O nome Josué e Jesus, que
significam a mesma coisa (Salvador), era um nome muito comum em Israel. No dia seguinte
João o viu vindo até ele outra vez, e disse: “Eis aqui o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Pouco tempo antes tinha batizado Jesus. Durante o seu batismo o Espírito Santo
desceu do céu em forma de uma pomba, e uma voz foi ouvida dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo” (Mt 3.17).
Foi o mesmo que uma vez visitou Abraão
como um homem, acompanhado de dois anjos. Então comeu com Abraão, e depois
partiu (Gn 18); mas nesta ocasião viveu entre o seu povo como um homem de
verdade, tão normal que não se destacava dentro da multidão. E, ao mesmo tempo,
verdadeiro Deus. Dizia sobre si mesmo: “Antes que Abraão fosse eu sou” (Jo
8.58).
O Senhor comeu na mesa de Abraão uma só
vez, mas os discípulos comeram e beberam durante anos com o Filho de Deus, que
ensinava a multidão, lhes mostrava o seu divino poder nos sinais e milagres que
fazia para que conhecessem a Deus, e lhes falava dizendo: “Há tanto
tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim,
viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jesus Cristo é Deus e homem em uma
só pessoa. Por isso a sua natureza divina o fortaleceu para que suportasse como
homem a ira de Deus contra o pecado, e vencer a morte pela cruz. Como homem
parecia fraco; mas quando manifestava a sua majestade divina nos sinais e nos
milagres, então os discípulos o adoravam como o próprio Deus. A Escritura
ensina que Deus e homem estão juntos nEle em uma só pessoa (Jo 1.1; Gl 4.4; 1Jo
4.3; Jo 1.14). Cristo é Deus e homem em uma só pessoa...
Sem existir mistura,
sem alterações, não podendo ser dividido nem muito menos separado.
16. Por que o Mediador deve ser verdadeiro homem e homem
justo?
R.
Deve ser verdadeiro homem, porque a justiça de Deus exige que o homem pague o
pecado do homem (1). Deve ser homem justo, porque alguém que tem seus próprios
pecados, não pode pagar por outros (2).
(1) Is 53:3-5; Jr 33:15; Ez
18:4,20; Rm 5:12-15; 1Co 15:21; Hb 2:14-16. (2)
Sl 49:7; Hb 7:26,27; 1Pe 3:18.
17. Por
que o Mediador deve ser, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus?
R.
Porque, somente sendo verdadeiro Deus(1), Ele pode suportar (2) , como homem, o
peso da ira (3) de Deus, e conquistar e restituir, para nós, a justiça e a vida
(4).
(1) Is 9:6; Rm 1:4; Hb 1:3. (2) Is
53:4,11. (3) Dt 4:24; Sl 130:3; Na 1:6. (4)
Is 53:5,11; Is 54:8; Jo 3:16; At 20:28; 1Pe 3:18.
[1] Fontes Básicas: La Confesión de La Iglesia (Felire, 1985), comentada por J. C.
Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana.
Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed,
1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO
EDITORIAL DE LITERATURA REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).
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