Versículo 1: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja”.
EM
PRIMEIRO LUGAR - Como igreja de Jesus Cristo tudo deve estar encaminhado para o
desenvolvimento e aperfeiçoamento do amor - escreve Paulo no começo desta
carta. Esta é a linha mestra em que se deve desenvolver toda a atuação de
Timóteo em Éfeso. Por isso que deveriam ser cortado o desenvolvimento dos
falsos mestres (Capítulo 1); e como meio para alimentar o desenvolvimento do
amor, Paulo cita a oração (Capítulo 2), e os anciãos e diáconos (Capítulo 3).
EM SEGUNDO LUGAR - É bom que esta interrelação seja repetida
novamente: os anciãos e os diáconos existam/estejam para estimularem e
intensificarem o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do amor do SENHOR Deus e o
amor entre os irmãos e irmãs; eles não existem para fazerem com que a igreja
“dance ao som do seu entendimento”. Os ofícios na igreja muito menos são um
posto de honra para que não se venha fazer nada. Toda a atividade e
procedimento dos que possuem oficio na igreja devem estar encaminhados para que
o amor esteja florescendo cada vez mais nela.
Neste
contexto, Paulo se dispõe a dizer algo sobre os anciãos e os diáconos. Mas,
primeiro, cita um ditado que, entre os primeiros cristãos, havia se
transformado numa frase corrente: “Se alguém deseja o episcopado, deseja uma
tarefa bonita”. Certamente, - Paulo disse – é assim efetivamente: pode ser
crido com toda tranqüilidade que esse é um trabalho estupendo (admirável,
extraordinário, incrível). Trabalhar no desenvolvimento e aperfeiçoamento do
amor na igreja é realmente algo bonito.
O oficio de supervisor (em grego, episcopè), esta palavra
aparece apenas em At 1.20, e pode ser traduzida por “inspeção”: a palavra
“ofício” não aparece no Novo Testamento; no entanto, encontramos a palavra serviço (em grego,
diaconia) para todo tipo de tarefas na igreja. Na versão Reina-Valera, revisão
de 1960, é traduzida por ministério, cf. At 1.25; 2Tm 4.5; e por diaconado, cf
1Tm 3.10, 13.
É verdadeiramente incompreensível que existam pessoas que
tenham oportunidade de ser e, no entanto, digam: “Não me verão nisso; que
encontrem outros”. Mas, atitude parecida pode proceder apenas de indiferença
com respeito a igreja, e da falta de amor para com os irmãos.
Quem vê
dessa forma a tarefa de um ancião na igreja, ou seja, como se fosse um entretenimento
enfadonho, ainda não compreendeu nada sobre a sua importância, nem ainda viu
nada de formosura dessa tarefa. O que existe de mais bonito em ajudar aos
irmãos e irmãs no engrandecimento do amor e na edificação de sua fé? Isto é
realmente verdade – disse Paulo. Fazer desenvolver nas pessoas o seu amor para
com Deus e em direção aos demais, lhes ajudarem a manterem a consciência pura e
lhes fundamentar na fé, é algo magnífico.
Versículo 2: “É necessário, portanto, que o bispo seja
irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto,
hospitaleiro, apto para ensinar;”
No
entanto, para isso, deve ser a figura apropriada, - continua dizendo Paulo.
Para se poder ser feito um bispo (= ancião), para poder ser levado em conta com
vistas a estimularem o amor na igreja, esse alguém deve reunir e satisfazer determinados requisitos.
EM
PRIMEIRO LUGAR - Um bispo deve ser irrepreensível. Da palavra grega para ancião
(= epíscopos) derivou-se a nossa palavra bispo. Um bispo, portanto, é um ancião.
Na igreja católica romana, a palavra grega epíscopos adquiriu uma aplicação
diferente da que Paulo tinha. Supervisor (em grego, epíscopos) e anciãos (em
grego, presbíteros).
Para ele, os bispos são ministros da igreja local, e tal
igreja não tem apenas um bispo, mas certo número deles.
Um
ancião é alguém que vigia, o qual não se inclui ideia nenhuma de domínio. Todo
o Novo Testamento rejeita qualquer pensamento nesse sentido.
EM
SEGUNDO LUGAR - É interessante fazer notar que a palavra episcopado (em grego
episcopè) que Paulo usa aqui relacionada com anciãos, é a mesma que Pedro, em
At 1.20, utiliza em relação com os apóstolos. Os anciãos, portanto, são
bispos-colegas dos apóstolos; dessa maneira, Pedro em sua primeira carta, no
capítulo 5.1, ele pode chamar a si mesmo de co-ancião (ancião-colega) dos
anciãos para quem escrevia, o qual deixava ver claramente, que não existe
classe hierárquica nenhuma nos ofícios na igreja de Jesus Cristo.
Estes colegas de Pedro e Paulo deveriam ser irrepreensíveis.
O que Paulo estava dando a entender com este ser irrepreensíveis, se destaca
pelo o que segue:
EM
TERCEIRO LUGAR - Deveriam ser marido de uma só mulher. Nos tempos de Paulo, a
poligamia ainda existia entre os judeus; certamente que não era na mesma medida
que nos tempos do Antigo Testamento, pois, como era natural, era uma trabalhosa
tarefa o poder manter mais de uma mulher, e não eram tantos os que poderiam se
permitir a isso. No entanto, acontecia, ainda que fossem apenas nos casos de se
ter de se casar com a mulher do irmão falecido sem descendência.
APLICAÇÕES - Jesus Cristo em sua essência, tinha voltado a
destacar o significado original do matrimônio, tal qual tinha sido instituído
por Deus, e Paulo se apega a este ensinamento. Neste aspecto, um bispo (= ancião)
deveria ser um exemplo de estilo de vida cristã; ele deveria ser marido de uma
só mulher, e não polígamo; e, naturalmente, muito menos deveria ser alguém que,
estando casado com uma mulher, tivesse – além de tudo – uma amiguinha.
1ª -
Não é condição indispensável que um bispo deva estar casado. Paulo, o seu bispo
e colega, muito menos foram casados, no entanto, se um ancião estiver, deve ter
uma só mulher. Trata-se de um estilo de vida cristão que é igualmente válido
para todos os cristãos, e um ancião deve ser um exemplo nisto.
2ª - Ele também deve ser sóbrio: ou seja, capaz de ter
seriedade, e não se deixar levar por todo tipo de idéias estranhas. Deve manter
uma atitude serena para poder ver as coisas em toda a sua dimensão.
Do
mesmo modo, precisa ser decoroso. Paulo não se refere a regras de urbanidade,
mas a que deve possuir certo estilo e as maneiras de um homem espiritual. Ele
não deve ser um homem grosseiro e descarado que, por sua falta de tato, espanta
as pessoas e fica intrigado delas.
Alem de
tudo, deve ser hospitaleiro, para que quando as pessoas que estiverem de
passagem ou outras chamem a sua porta, não sejam despedidas, mas atendidas com
amor.
3ª - Finalmente, um ancião também deve ser apto para
ensinar, para o qual o primeiro requisito é, que nele seja dado conhecimento e
visão das Sagradas Escrituras, e logo, que possa ensinar esses conhecimentos de
uma maneira capaz e suficiente.
CONCLUSÃO
- Porque os anciãos que não possuem essa visão comprida das Escrituras, ou que
não são capazes de transmiti-la, pouco são aproveitáveis em uma igreja, pois se
trata da compreensão na Palavra de Deus, já que o conhecimento teológico não é
tão indispensável. Os anciãos devem responder, em todo tipo de situações,
perguntas e problemas com que se vejam confrontados, desde as Sagradas
Escrituras, e assim poderem clarear o que estas mesmas dizem a respeito.
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