quinta-feira, 20 de novembro de 2014

REUNIÃO PÚBLICA DOMINICAL - EM 16.11.2014. EXPOSIÇÃO INTEGRAL - 1TM 3.1-2: MODO BÍBLICO E QUALIDADES DO PASTOREIO CRISTÃO - PARTE 1



“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;”


Versículo 1: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja”.

                EM PRIMEIRO LUGAR - Como igreja de Jesus Cristo tudo deve estar encaminhado para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do amor - escreve Paulo no começo desta carta. Esta é a linha mestra em que se deve desenvolver toda a atuação de Timóteo em Éfeso. Por isso que deveriam ser cortado o desenvolvimento dos falsos mestres (Capítulo 1); e como meio para alimentar o desenvolvimento do amor, Paulo cita a oração (Capítulo 2), e os anciãos e diáconos (Capítulo 3).

                EM SEGUNDO LUGAR - É bom que esta interrelação seja repetida novamente: os anciãos e os diáconos existam/estejam para estimularem e intensificarem o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do amor do SENHOR Deus e o amor entre os irmãos e irmãs; eles não existem para fazerem com que a igreja “dance ao som do seu entendimento”. Os ofícios na igreja muito menos são um posto de honra para que não se venha fazer nada. Toda a atividade e procedimento dos que possuem oficio na igreja devem estar encaminhados para que o amor esteja florescendo cada vez mais nela.

                Neste contexto, Paulo se dispõe a dizer algo sobre os anciãos e os diáconos. Mas, primeiro, cita um ditado que, entre os primeiros cristãos, havia se transformado numa frase corrente: “Se alguém deseja o episcopado, deseja uma tarefa bonita”. Certamente, - Paulo disse – é assim efetivamente: pode ser crido com toda tranqüilidade que esse é um trabalho estupendo (admirável, extraordinário, incrível). Trabalhar no desenvolvimento e aperfeiçoamento do amor na igreja é realmente algo bonito.

                 O oficio de supervisor (em grego, episcopè), esta palavra aparece apenas em At 1.20, e pode ser traduzida por “inspeção”: a palavra “ofício” não aparece no Novo Testamento; no entanto,  encontramos a palavra serviço (em grego, diaconia) para todo tipo de tarefas na igreja. Na versão Reina-Valera, revisão de 1960, é traduzida por ministério, cf. At 1.25; 2Tm 4.5; e por diaconado, cf 1Tm 3.10, 13.

                É verdadeiramente incompreensível que existam pessoas que tenham oportunidade de ser e, no entanto, digam: “Não me verão nisso; que encontrem outros”. Mas, atitude parecida pode proceder apenas de indiferença com respeito a igreja, e da falta de amor para com os irmãos.

                Quem vê dessa forma a tarefa de um ancião na igreja, ou seja, como se fosse um entretenimento enfadonho, ainda não compreendeu nada sobre a sua importância, nem ainda viu nada de formosura dessa tarefa. O que existe de mais bonito em ajudar aos irmãos e irmãs no engrandecimento do amor e na edificação de sua fé? Isto é realmente verdade – disse Paulo. Fazer desenvolver nas pessoas o seu amor para com Deus e em direção aos demais, lhes ajudarem a manterem a consciência pura e lhes fundamentar na fé, é algo magnífico.

                Versículo 2: “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;”
                 
                No entanto, para isso, deve ser a figura apropriada, - continua dizendo Paulo. Para se poder ser feito um bispo (= ancião), para poder ser levado em conta com vistas a estimularem o amor na igreja, esse alguém deve reunir  e satisfazer determinados requisitos.
                 
               EM PRIMEIRO LUGAR - Um bispo deve ser irrepreensível. Da palavra grega para ancião (= epíscopos) derivou-se a nossa palavra bispo. Um bispo, portanto, é um ancião. Na igreja católica romana, a palavra grega epíscopos adquiriu uma aplicação diferente da que Paulo tinha. Supervisor (em grego, epíscopos) e anciãos (em grego, presbíteros).

                 Para ele, os bispos são ministros da igreja local, e tal igreja não tem apenas um bispo, mas certo número deles.
                 
                 Um ancião é alguém que vigia, o qual não se inclui ideia nenhuma de domínio. Todo o Novo Testamento rejeita qualquer pensamento nesse sentido.
                 
                 EM SEGUNDO LUGAR - É interessante fazer notar que a palavra episcopado (em grego episcopè) que Paulo usa aqui relacionada com anciãos, é a mesma que Pedro, em At 1.20, utiliza em relação com os apóstolos. Os anciãos, portanto, são bispos-colegas dos apóstolos; dessa maneira, Pedro em sua primeira carta, no capítulo 5.1, ele pode chamar a si mesmo de co-ancião (ancião-colega) dos anciãos para quem escrevia, o qual deixava ver claramente, que não existe classe hierárquica nenhuma nos ofícios na igreja de Jesus Cristo.

                 Estes colegas de Pedro e Paulo deveriam ser irrepreensíveis. O que Paulo estava dando a entender com este ser irrepreensíveis, se destaca pelo o que segue:
                
                 EM TERCEIRO LUGAR - Deveriam ser marido de uma só mulher. Nos tempos de Paulo, a poligamia ainda existia entre os judeus; certamente que não era na mesma medida que nos tempos do Antigo Testamento, pois, como era natural, era uma trabalhosa tarefa o poder manter mais de uma mulher, e não eram tantos os que poderiam se permitir a isso. No entanto, acontecia, ainda que fossem apenas nos casos de se ter de se casar com a mulher do irmão falecido sem descendência.

                 APLICAÇÕES - Jesus Cristo em sua essência, tinha voltado a destacar o significado original do matrimônio, tal qual tinha sido instituído por Deus, e Paulo se apega a este ensinamento. Neste aspecto, um bispo (= ancião) deveria ser um exemplo de estilo de vida cristã; ele deveria ser marido de uma só mulher, e não polígamo; e, naturalmente, muito menos deveria ser alguém que, estando casado com uma mulher, tivesse – além de tudo – uma amiguinha.
                 
                 1ª - Não é condição indispensável que um bispo deva estar casado. Paulo, o seu bispo e colega, muito menos foram casados, no entanto, se um ancião estiver, deve ter uma só mulher. Trata-se de um estilo de vida cristão que é igualmente válido para todos os cristãos, e um ancião deve ser um exemplo nisto.

                  2ª - Ele também deve ser sóbrio: ou seja, capaz de ter seriedade, e não se deixar levar por todo tipo de idéias estranhas. Deve manter uma atitude serena para poder ver as coisas em toda a sua dimensão.
              
                  Do mesmo modo, precisa ser decoroso. Paulo não se refere a regras de urbanidade, mas a que deve possuir certo estilo e as maneiras de um homem espiritual. Ele não deve ser um homem grosseiro e descarado que, por sua falta de tato, espanta as pessoas e fica intrigado delas.
                  
                  Alem de tudo, deve ser hospitaleiro, para que quando as pessoas que estiverem de passagem ou outras chamem a sua porta, não sejam despedidas, mas atendidas com amor.

                   3ª - Finalmente, um ancião também deve ser apto para ensinar, para o qual o primeiro requisito é, que nele seja dado conhecimento e visão das Sagradas Escrituras, e logo, que possa ensinar esses conhecimentos de uma maneira capaz e suficiente.
                 
                   CONCLUSÃO - Porque os anciãos que não possuem essa visão comprida das Escrituras, ou que não são capazes de transmiti-la, pouco são aproveitáveis em uma igreja, pois se trata da compreensão na Palavra de Deus, já que o conhecimento teológico não é tão indispensável. Os anciãos devem responder, em todo tipo de situações, perguntas e problemas com que se vejam confrontados, desde as Sagradas Escrituras, e assim poderem clarear o que estas mesmas dizem a respeito.

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