quinta-feira, 6 de novembro de 2014

AMIGOS DO SENHOR[1]



         Ainda que o nosso Senhor e Mestre seja o Filho de Deus, não devemos ficar espantados por causa da sua grandeza até o ponto de que venhamos buscar outros mediadores.
         Celebrando a Páscoa, Ele se humilhou e se colocou a lavar os pés dos seus discípulos. Logo após deu a sua vida na cruz por nós. Jesus disse: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer” (Jo 15.9; 13-15).
         Ele tem nos resgatado de nossa situação de escravos, nos dizendo agora todas as coisas por meio de sua Palavra, da mesma forma que um amigo faz com outro amigo.
         Um exemplo muito interessante é o da igreja romana aonde os pedidos de ajuda são feitos aos “santos” – porque nela Cristo é visto mais como um juiz irado – com o propósito de que façam o papel de intercessores entre Deus e o homem; mas Jesus disse que tudo que pedíssemos ao Pai em seu nome, Ele nos daria (Jo 14.13-14 e 15.16). E o apóstolo João escreve: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1Jo 2.1). Nosso Senhor Jesus Cristo é grandemente desprezado quando o homem o deixa de lado e se dedica em buscar ajuda em outros intercessores, que na verdade não são. Os apóstolos mesmo quando estavam na terra, não permitiram que recebessem adoração (At 10.26; 14.15). Além disso, existe alguém que nos ame mais do que Ele, e que tenha dado a sua vida por nós? E quem será que pode nos ouvir antes do que o próprio Filho amado de Deus? Ele é o Sumo Sacerdote que pode perfeitamente se compadecer de nós, pelo fato dEle mesmo saber o que é ser tentado (Hb 4.15).
         Contudo: não devemos pensar que nós somos grandemente insignificantes para podermos nos aproximar de Deus por meio de Cristo, porque sabemos que Ele conhecia as faltas e as misérias dos seus discípulos, tratando-os, em troca disso, de amigos.
Hb 4.14-16; Jo 14.13-14; Jo 15.16 e Lc 22.24-30.


[1] Fontes Básicas: La Confesión de La Iglesia (Felire, 1985), comentada por J. C. Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana. Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed, 1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO EDITORIAL DE LITERATURA REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).

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