Os discípulos foram chamados cristãos pela
primeira vez em Antioquia (At 11.26). Não eram de nenhuma seita judaica, ainda
que fossem considerados como uma delas. Mas, o que acontecia é que estavam
ungidos com o Espírito de Cristo, portanto, pertenciam a Ele. Da mesma maneira
que nós também lhe pertencemos, e por isso carregamos o nome de cristãos.
A unção dos discípulos aconteceu no dia
de Pentecostes, tendo sido então quando Deus cumpriu a promessa anunciada por
Joel: “Acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne;
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os
vossos mancebos terão visões” (Jl 2.28). Enquanto que no Velho Testamento
apenas alguns foram ungidos para ser profetas ou reis, no Novo Testamento foram
todos ungidos com o Espírito Santo (At 2.43). Pedro no dia de Pentecostes,
falou do Senhor e de sua obra com poder, como se fosse um profeta, mas, não
passava de um simples pescador, sem dons de profeta, ele mostrou que entendia a
Escritura e o cumprimento das profecias referentes ao Messias.
Da mesma maneira, Deus tem nos prometido o Espírito Santo,
para que possamos compreender a sua Palavra e testificar dEle, como se fossemos
profetas dos tempos difíceis e das falsas profecias, e para discernir o
espírito de nosso século: “Mas vós tendes a unção do Santo, e conheceis todas
as coisas” (1Jo 2.20,27).
Todos aqueles que se unem ao povo dos crentes e a Igreja de
Cristo devem esperar constantemente todo tipo de afrontas. Os nossos
antepassados, os reformadores, por exemplo, foram grandemente perseguidos por
causa do Evangelho de Cristo. Simplesmente, se davam ao serviço do Senhor,
intercedendo inclusive pelos seus perseguidores, como sacerdotes, segundo o que
o Senhor Jesus tinha mandado (Mt 5.4). Mas aos filhos de Deus está permitido
lutar como reis contra o pecado, o mundo e as suas paixões sem limites, com a
espada do Espírito Santo, que é a Palavra de Deus (Ef 6.10-17). Todos os filhos
de Deus que morreram, estão agora na paz eterna no reino de Cristo, livres da
perseguição do pecado, porque Cristo conseguiu a vitória. E por essa vitória
nós reinaremos com Ele na nova terra como reis e sacerdotes (Ap 20.4; 21.3;
22.5).
32. Por que você e chamado cristão (1)?
R.
Porque pela fé sou membro de Cristo e, por isso, também sou ungido (2) para ser
profeta, sacerdote e rei. Como profeta confesso o nome dEle (3); Como sacerdote
ofereço minha vida a Ele como sacrifício vivo de gratidão (4); e como rei
combato (5), nesta vida, o pecado e o diabo, de livre consciência, e depois, na
vida eterna, vou reinar com Ele sobre todas as criaturas (6).
(1) At 11:26. (2) Is 59:21; Jl
2:28; At 2:17; 1Co 6:15; 1Jo 2:27. (3) Mt 10:32,33; Rm 10:10. (4) Êx 19:6; Rm
12:1; 1Pe 2:5; Ap 1:6; Ap 5:8,10. (5) Rm 6:12,13; Gl 5:16,17; Ef 6:11; 1Tm
1:18,19; 1Pe 2:9,11. (6) 2Tm 2:12; Ap 22:5.
[1] Fontes Básicas: La
Confesión de La Iglesia (Felire,
1985), comentada por J. C. Janse, 125 páginas. Tradução e adaptação livre: Marcos Ramos e El Catecismo de Heidelberg: Enseñanza de la Doctrina Cristiana.
Redactado por Zacarías Ursino y Gaspar Oleviano, y publicado em 1563, 4 ed,
1993. FeLiRe -FUNDAÇÃO EDITORIAL DE LITERATURA
REFORMADA (STICHTING UITGAVE REFORMATORISCHE BOEKEN).
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